As operações desencadeadas pelo Ministério Público nesta semana em Barras e Corrente demonstram e comprovam a importância da investigação criminal sob a condução da Instituição.
Em Barras, investigação deflagrada pelo promotor de justiça Silas Sereno aponta para supostos atos de corrupção. Segundo o promotor, o escrivão de polícia solicitava e recebia vantagem para liberação de veículos apreendidos, abordava investigados e lhes solicitava vantagem pecuniária para não dar andamento a investigações policiais, cobrança de propina de praticantes de jogos de azar, além de diversos outros ilícitos penais que estão em apuração.
Atendendo a requerimento da 1ª Promotoria de Justiça de Barras, o juiz Juscelino Norberto da Silva Neto decretou a prisão preventiva de Raimundo Marques dos Santos Filho (escrivão de polícia) e de Silvan da Cruz Silva (servidor municipal cedido à Delegacia de Polícia).
Em Corrente, o promotor de justiça Rômulo Paulo Cordão concluiu a Operação Serendipta, que desbaratou organização que, de acordo com as investigações, atuava prometendo cancelar empréstimos de aposentados, ingressando com ações no Juizado Especial Cível da Comarca de Corrente, utilizando-se de chantagem para lesar as vítimas, bem como as instituições financeiras.
As investigações também apontaram que o grupo criminoso atuava há mais de cinco anos em todo o extremo Sul piauiense, contando, inclusive, com a participação de funcionário público do Poder Judiciário e advogados. A operação contou com o cumprimento de sete mandados de prisão, quatro conduções coercitivas e dez buscas e apreensão.
O Poder Judiciário determinou o bloqueio de bens e contas e quebra de sigilo bancário e fiscal de todos os envolvidos. Estima-se que, juntos, os criminosos tenham auferido, ilicitamente, mais de R$ 1 milhão, somente no ano de 2014.
Segundo promotor Rômulo Cordão, a organização criminosa tinha como vítimas preferenciais pessoas analfabetas, as induzindo a checar junto á Previdência Social se tinham disponibilidade de crédito e, a assim, eram as vítimas eram orientadas a fazerem empréstimos consignados.
Para o presidente da Associação Piauiense do Ministério Público (APMP), Paulo Rubens Parente, as operações demonstram o compromisso do Ministério Público em continuar combatendo a corrupção, sendo a investigação pelo órgão valiosa ferramenta de combate aos ilícitos perpetrados por agentes públicos e que devem ser cada vez mais alvo de constante atuação da instituição.
“A corrupção deixa o cidadão desprotegido, pois não sabe a quem recorrer e vai minando as forças vivas do país. Devemos continuar enfrentando a corrupção, mal epidêmico que merece tratamento severo pelas instituições de controle. A atuação cooperativa e colaborativa entre as instituições será fundamental para maior eficácia na investigação dos casos”, pontua Rubens.