Um passeio ciclístico promovido pela Frente de Defesa do Carteiro Central da Avenida Frei Serafim, em parceria com o grupo Pedal Noturno, será realizado nesta terça-feira (29). A Frente é constituída pelo Ministério Público do Estado do Piauí e outras instituições.
O passeio será em defesa da proteção do patrimônio histórico e cultural dos teresinenses, com concentração às 19h, no cruzamento entre as avenidas Frei Serafim e Miguel Rosa, em frente ao Prédio do DER-PI, e partida às 20h. Toda a população pode participar.
Embora ainda não tenham sido iniciadas obras na extensão do canteiro, o Plano Diretor de Transportes e Mobilidade Urbana de Teresina prevê a instalação de vários pontos de parada de transporte coletivo ao longo daquele espaço, que atualmente é utilizado como área de convivência e passeio para pedestres.
“A construção dos terminais prejudicaria irreversivelmente o canteiro, pois implicaria na supressão de espaço e na eliminação das várias árvores que, além de ornamentar a área, contribuem para o controle da temperatura e para a manutenção da qualidade do ar”, explica a Promotora de Justiça Maria Eugênia Bastos, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente. “O prejuízo maior, contudo, advém do contínuo processo de intervenção na Avenida Frei Serafim, que abriga os mais importantes patrimônios históricos da capital. Há vários anos o Poder Público tem alterado a configuração original da via, sem um planejamento mais detalhado que permita a aplicação racional dos recursos financeiros”, completa a promotora.
Em 2006, por exemplo, as calçadas foram reduzidas, o que prejudicou a configuração dos prédios históricos e limitou a mobilidade dos pedestres. Com a ocupação do canteiro central, esse problema será agravado. “O que estamos presenciando é a destruição de um dos principais símbolos da cidade, em nome de medidas que não garantem um melhor escoamento para o trânsito. De fato, a Avenida Frei Serafim, em toda sua extensão, não mais é considerada como uma simples obra de engenharia, ao contrário, possui um simbolismo relacionado à vida da cidade de Teresina, sendo, por si só, um patrimônio histórico de todo teresinense que merece ser preservado", ressalta o também Promotor de Justiça Sávio Carvalho.
Uma liminar que impede o início das obras no canteiro foi impetrada pelo Ministério Público. Para manter a decisão e proteger a área, instituições como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (CREA/PI), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Piauí (CAU) e a Fundação Cultural Monsenhor Chaves (FCMC), entre outras, foram mobilizadas.
COM INFORMAÇÕES: Ascom MP/PI